
Foto: Rede de Cooperação Amazônica – RCA.
Saiba quem se dedica a divulgar informação sobre os povos indígenas, de forma detalhada, quando o assunto não está na agenda dos grandes jornais.
Nos últimos meses, a situação dos povos indígenas no Brasil tem sido divulgada com mais frequência na mídia por conta de decisões e declarações tristes polêmicas de autoridades brasileiras sobre eles. Mas, para além do factual, se você quer ter informação sobre os povos indígenas de forma mais aprofundada, existem alguns canais que acompanham de perto a realidade dos também chamados povos originários deste país.
No sábado, dia 27 de julho, o Brasil ficou sabendo da chocante notícia de invasão da Terra Indígena Wajãpi, no Amapá, por garimpeiros armados, conforme denúncia da tribo. O ataque – que está sendo investigado pela justiça brasileira – resultou na morte de um cacique da tribo, Emyra Wajãpi, três dias antes. A tragédia foi notícia em todos os jornais do Brasil e gerou muita repercussão.
No entanto, com o passar dos dias, considerando o histórico de tragédias passadas, é quase certo que o assunto vai perder lugar para outros temas. Mas para quem quiser continuar acompanhando os desdobramentos e obter mais informação sobre os povos indígenas para além do que está na grande imprensa, recomendamos acompanhar as três fontes a seguir:
Saiba agora onde obter informação sobre os povos indígenas brasileiros
Quando você quiser se aprofundar em assuntos relacionados aos índios brasileiros, não deixe de acompanhar os três portais que indicamos abaixo:
1 – Amazônia Real
Uma das principais agências de notícias do país a cobrir a questão indígena para além do que aparece na superfície. Atua de forma independente, sem fins lucrativos e se mantém por meio de doações dos leitores, parcerias com empresas privadas que tenham responsabilidade socioambiental com a Floresta Amazônica e parceria com instituições, por meio de projetos.
Além da questão indígena, a Agência cobre notícias sobre fatos ocorridos na Amazônia relacionados a meio ambiente, questões agrárias, economia e negócios, política e cultura. Um dos focos de atuação da agência, conforme eles mesmos, é garantir um “jornalismo produzido por profissionais com sensibilidade na busca de grandes histórias da Amazônia e suas populações, em especial daqueles que têm pouco espaço e visibilidade na chamada grande imprensa”.
Desde sua fundação, em 2013, a Amazônia Real já ganhou alguns prêmios importantes do jornalismo. Entre eles, o prêmio de público The Bobs 2016, oferecido pela empresa de comunicação da Alemanha Deutsche Welle (DW). Em 2019, a agência ganhou o Prêmio Rei da Espanha de Jornalismo, oferecido pela coroa espanhola. A premiação, ocorrida em Madrid, foi na categoria ‘Meio de Comunicação de Maior Destaque da Ibero-América’.
2 – Instituto Socioambiental (ISA)
Outro lugar onde é possível obter informação sobre os povos indígenas é o site do Instituto Socioambiental, ou simplesmente ISA. Segundo sua própria definição, o ISA é uma “organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1994 para propor soluções de forma integrada a questões sociais e ambientais, com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos diretos humanos e dos povos”.
Apesar de ser sediado em São Paulo (SP), e ter representação em Brasília (DF) e Eldorado (SP), o Instituto tem como principal foco de atuação os direitos socioambientais na Amazônia, com subsedes nas cidades de Manaus (AM), Canarana (MT), Boa Vista (RR), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Altamira (PA).
A questão indígena é acompanhada de perto pelo ISA, que procura repassar de forma integral a versão desses povos em relação aos temas nos quais estão envolvidos. Desdobramentos de matérias e notícias sobre assuntos que acabam não alcançando a mídia tradicional podem ser encontrados no site da organização.
3 – Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
É certo que as missões religiosas foram algumas das principais responsáveis pela descaracterização e até mesmo exterminação da cultura dos povos indígenas em várias partes da América. No Brasil não foi diferente. Por conta das interferências de missões religiões diversas no modo de ser de índios, muitos sofreram com a perda de identidade, de territórios e até mesmo de vida por causa de grupos religiosos que chegaram nas aldeias com a “missão de levar a palavra de Deus”.
Apesar de ser ligado a uma religião (ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da Igreja Católica) e ter a atuação missionária como um dos seus princípios, o CIMI é reconhecido pela defesa que faz dos direitos povos indígenas. A entidade esteve ao lado deles contra instalação de projetos de infraestrutura que os prejudicava, por exemplo.
No site do CIMI, assim como no ISA e na agência Amazônia Real, é possível encontrar informações de qualidade sobre questões indígenas e mais aprofundamento em matérias que não recebem a mesma atenção de outros veículos. É o caso do desdobramento do caso de invasão da Terra Indígena Wajãpi, no Amapá.
Enquanto escrevo este texto, três dias após as primeiras informações sobre a invasão, o assunto já saiu da capa dos principais sites de notícias do país. Por isso, este post com essas indicação é especial para quem quer ter informação sobre os povos indígenas para além da agenda setting da mídia.
Se você gostou deste texto e quer saber mais sobre notícias na área de sustentabilidade, continue acompanhando nosso blog aqui no site da Majuí Comunicação. E se tiver mais indicações de fontes de informação sobre os povos indígenas, escreva para a gente nos comentários.