
Queimadas na Amazônia. Agosto de 2020 – Foto Bruno Kelly/Amazônia Real
5 de setembro é dia da Amazônia e não dá para apenas dizer que a floresta precisa de proteção e isso e aquilo. Em 2020, o desmatamento ilegal, combinado com as queimadas, já superam em 30% os índices de 2019. Daquele ano em relação a 2018, o aumento também chegou próximo a 30%. Especialistas dizem que se nada for feito, a floresta chegará em um ponto em que não conseguirá mais se regenerar.
Em vez de ficarmos parados em frente ao computador, mostrando tristeza e indignação, existe algo concreto que todos nós, mesmo de longe, podemos fazer. Veja algumas sugestões seguir:
1 – Busque informações sérias sobre o que está acontecendo na região
Em tempos de fake news, priorize veículos que empregam jornalistas profissionais. Leia mais de um veículo para se informar e poder comparar as informações. Dê preferência a veículos conhecidos e agências de notícias independentes, como Amazônia Real e A Pública. Veja também sites de órgãos responsáveis pelo monitoramento da região como INPE e de entidades que atuam em defesa do meio ambiente, como o Observatório do Clima.
2 – Não compre carne produzida em área devastada na Amazônia
Especialistas dizem que a maior parte das queimadas são causadas por ações humanas, com o objetivo de formar pastos para a criação de gado, e por apropriação ilegal de terras públicas, prática também conhecida por grilagem. Quer saber que empresas são essas? Pesquise os nomes dos maiores frigoríficas e marcas que vendem carne. Depois, nos sites de busca, procure pelo nome da empresa e a palavra desmatamento. Você também pode pesquisar por “venda de carne ligada a desmatamento”. Fique bem atento ao que vai aparecer, compare informações e tire suas conclusões.

Queimadas no Sul do Amazonas – Agosto de 2019. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real
3 – Questione a origem da madeira que está comprando ou pretende comprar
Antes de colocarem fogo na floresta, os desmatadores tiram toda a madeira de forma ilegal, que são vendidas em todo país. O problema é que muitas dessas madeiras acabam recebendo selo de extração legal, em um processo feio que precisa da conivência de gente que não deveria deixar isso acontecer. Para ter certeza de que a madeira que você está comprando não é ilegal, questione sobre a origem. Se for de área desmatada da Amazônia, recuse. Saiba um pouco mais aqui.
4 – Cobre respostas do poder público sobre o combate ao desmatamento
Em todos os níveis governamentais, é preciso questionar o poder público sobre as ações de proteção às florestas. Estamos em ano de eleição. Já se prepare para questionar os candidatos à prefeito e vereadores da sua cidade quais o que eles entendem de proteção ambiental e como pretendem tratar desse tema. Você também pode escrever para os candidatos em nível federal em que você votou cobrando ações concretas.
5 – Ajude a denunciar a devastação da floresta
Nem todo mundo têm tempo de ver as notícias ou acompanhar o que está acontecendo fora de sua bolha. Compartilhe informações com amigos e parentes e dissemine as denúncias sobre desmatamento e queimadas na Amazônia. Mostre por que isso é grave e merece a atenção de todo mundo.
6 – Denuncie as ameaças contra os povos indígenas da região.
As áreas indígenas sempre foram as mais preservadas, junto com as áreas de proteção. Entretanto, essas terras vêm sendo invadidas por grileiros e mineradores ilegais. Informe-se sobre essa situação e veja como pode ajudar os povos indígenas, principalmente agora. Segundo estudo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipaam), a taxa de mortalidade de indígenas é 150% mais alta que a média brasileira. Eles precisam de ajuda.
Esses são só algumas das atitudes que você pode tomar para proteger a Amazônia. O bioma possui uma das maiores biodiversidades do planeta e sua destruição trará consequências para toda a humanidade, não somente no futuro, mas agora. Se você gostou deste texto, compartilhe com seus amigos. A Amazônia e todos que dependem de sua preservação, agradecem!

Animais mortos pelas queimadas na Amazônia – Agosto de 2020.
Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real